segunda-feira, 25 de abril de 2016

A fotografia na percepção e análise da Paisagem na Geografia- ''A paisagem hoje: Museu do Café- Ibiporã''

A fotografia na percepção e análise da Paisagem na Geografia

A fotografia é um recurso visual, sendo considerada como código analógico icônico, por representar com mais realidade objetos pessoas, animais ou cenas. Sua utilização na prática educacional tem mostrado resultados positivos em pesquisas realizadas com professores do ensino (REIS, ano). Diante da necessidade de rompimento com uma educação fragmentada, a fotografia tem se mostrado importante. Utilizada no trabalho interdisciplinar tem possibilitado a integração dos conteúdos e o resgate dos valores humanos estéticos e éticos.


A utilização da fotografia pode romper com a prática docente tradicional, sendo uma linguagem que exige do aluno a reflexão, pois olhar a fotografia a aprendizagem se dá através da “leitura da imagem”. Nesta perspectiva o professor acaba levando a aluno a imaginar e a pensar, exercitando assim a sua capacidade cognitiva. Faço uso das palavras de Waleska D. Reis:
No cotidiano da sala de aula, o processo de comunicação proveniente da utilização das imagens fotográficas como material de apoio didático, pode viabilizar uma prática educacional mais direcionada à formação de cidadãos críticos, desde que, na linguagem da Comunicação Visual o conceito de Educar transmude para Ensinar a olhar. Num mundo onde vivemos rodeados de imagens, o fundamental é saber interpretá-las, de modo que, ao observar uma imagem, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos (REIS, p.1, ano).

Cabe ressaltar nesta breve discussão que, o professor deve ser o mediador na leitura das fotografias, pois o aluno não deve apenas fica com o entendimento que ele abstraiu durante a leitura da imagem. O professor deve permear a interpretação do aluno com a “real interpretação”. Pois o discente pode ter uma visão distorcida, e cabe ao professor corrigir caso necessário, discutindo aquela imagem após o aluno mostrar sua opinião sobre a fotografia.

Defende-se a ideia de que os recursos visuais, como a fotografia é uma ferramenta de auxílio para o professor durante a explicação de alguma teoria, de modo que estimule a auto-reflexão, a crítica, a cognição do aluno. As Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica do Paraná (2008) “o uso de imagens são fontes que podem ser utilizadas por professores e alunos para obter informações, comparar, perguntar e inspirar-se para construir conhecimentos sobre o espaço geográfico”.

''A paisagem hoje: Museu do Café- Ibiporã''- Observação e registro da paisagem por meio da fotografia.

Trabalho de campo, realizado no dia 20/04/2016, pelos primeiros anos do ensino médio do Col. Est. Jardim San Rafael, Ibiporã, na disciplina de Geografia, profª Fernanda. 

Antiga moradia de um dos primeiros moradores do local 


Prédio da antiga estação, hoje, restaurado.


Entrada principal- e antiga entrada da bilheteria

Antigas moradias dos primeiros trabalhadores da antiga Estação Ferroviária 
Exposição do Museu do Café
Fotografias: Alunos 1ºA- Ana Carolina, Rafaela Custodio, Renata Costa, Tiago Moura







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quarta-feira, 20 de abril de 2016

A paisagem ontem e hoje: Visita ao Museu do Café, antiga Estação ferroviária de Ibiporã

A paisagem ontem e hoje: Visita ao Museu do Café, antiga Estação ferroviária de Ibiporã

Os alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual San Rafael, (turmas 1ºA e 1ºB), hoje, visitaram o Museu do Café de Ibiporã, antiga Estação Ferroviária do município da cidade. 

O objetivo deste trabalho de campo é a compreensão a respeito da mudança estrutural ocorrido na paisagem. O atual Museu do Café, foi selecionado dentre os vários locais da cidade, onde o presente reflete o passado, claro, com outras funções e uma certa alteração.





Agradecimentos pela visita: Secretaria Municipal da Cultura, à direção do Colégio, a Profª Andrea e a todos aqueles que desde as mínimas coisas, contribuíram para que os alunos pudessem ter tido essa vivência

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O CONCEITO DE PAISAGEM POR MILTON SANTOS


PAISAGEM E ESPAÇO


Fotos: "A paisagem no ontem, a paisagem no hoje"- Antiga estação ferroviária, atualmente Museu do Café- Ibiporã PR

Todos os espaços são geográficos porque determinados pelo movimento da sociedade, da produção. Mas tanto a paisagem como espaço, resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e sentidos.


PAISAGEM, O QUE É
Tudo o que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. É formada não apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc.

PERCEPÇÃO E CONHECIMENTO
Nossa visão depende da localização em que se está, se no chão, em um andar baixo ou alto de um edifício, num miradouro estratégico, num avião... A paisagem toma escalas diferentes e assoma diversamente aos nossos olhos, segundo o lugar onde estejamos, ampliando-se quanto mais se sobe em altura, porque desse modo desaparecem ou atenuam-se os obstáculos à visão e o horizonte vislumbrando não se rompe.

A dimensão da paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos. Por isso o aparelho cognitivo tem importância crucial nessa apreensão, pelo fato de que toda nossa educação, formal ou informal, é feita de forma seletiva – pessoas diferentes apresentam diversas versões do mesmo fato. Por exemplo, coisas que um arquiteto e um artista veem, outros não podem ver ou fazem de maneira distinta. Isso também para profissionais com diferente formação e para o homem comum.

Apercepção é sempre um processo seletivo de apreensão. Se a realidade é apenas uma, cada pessoa a vê de forma diferente; desse modo, a visão- pelo homem- das coisas materiais é sempre deformada.

OS OBJETOS CULTURAIS
À medida em que o homem se defronta com a natureza, há entre os dois uma relação cultural, que é também política, técnica etc. É a marca do homem sobre a natureza, chamada de socialização, por Marx.
Dessa maneira, com a produção humana há a produção do espaço. A produção do espaço é resultado da ação dos homens agindo sobre o próprio espaço por meio dos objetos, naturais e artificiais. Cada tipo de paisagem é a reprodução de níveis diferentes de foras produtivas, materiais e imateriais, pois, o conhecimento também faz parte do rol das forças produtivas.


PAISAGEM NATURAL, PAISAGEM ARTIFICIAL
A paisagem artificial é a paisagem transformada pelo homem; já, grosseiramente, podemos dizer que a paisagem natural é aquela que ainda não foi mudada pelo esforço humano. Se no passado havia paisagem natural, hoje, essa modalidade de paisagem praticamente já não existe. Se um lugar não é fisicamente tocado pela força do homem, ele é, todavia, objeto de preocupações e de intensões econômicas ou políticas. Tudo hoje situa no campo de interesse da história, sendo, desse modo, social.

A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro critério. A paisagem é sempre heterogênea. Quanto mais complexa a vida social, tanto mais nos distanciamos de um mundo natural e nos endereçamos a um mundo artificial.

Há uma relação entre os instrumentos de trabalho (objetos dos mais diversos tamanhos), que o homem cria para poder produzir) e a paisagem. Estradas, edifícios, pontes, portos, depósitos etc. são acréscimos à natureza, sem os quais a produção é impossível. A cidade é o melhor exemplo dessas adições ao natural.

PAISAGEM E A MUDANÇAS PERMANENTE
Em cada momento histórico, os modos de fazer são diferentes, o trabalho humano vai se tornando cada vez mais complexo, exigindo mudanças correspondentes às inovações. Por meio das novas técnicas, vemos a substituição de uma forma de trabalho por outra, de uma configuração territorial, por outra.



A paisagem não é dada para todo o sempre, é objeto de mudança. É um resultado de adições e subtrações sucessivas. É uma espécie de marca da história do trabalho, das técnicas. Por isso, ela própria é parcialmente trabalho morto, porque formada por elementos naturais e artificiais.

Os objetos são passíveis, de uma datação, têm idades. Pela datação dos objetos de uma paisagem, deveríamos poder reconhecer a sua idade. A paisagem tem o movimento que pode ser mais ou menos rápido. As formas não nascem apenas das possibilidades técnicas de uma época; dependem também das condições econômicas, políticas, culturais e etc. A técnica tem um papel importante, mas não tem existência história fora das relações sociais. A paisagem deve ser pensada paralelamente às condições políticas, econômicas e também culturais.

Como já dito, a paisagem está sujeita a mudanças constantes e contínuas, essas mudanças são chamadas de mudanças/alterações estruturais e funcionais.
Ex. Mudança funcional: Ao passarmos por uma avenida, rua, praça, bairro, esses locais funcionam de modo diferente de acordo com o horário do dia, do dia da semana, do feriado e etc.. Nesta mudança estrutural repare que a sociedade não mudou, permanece a mesma, mas se dá de acordo com ritmos distintos, segundo os lugares cada ritmo correspondendo a uma aparência, uma forma de parecer.

                        


Ex. Mudança estrutural: este tipo de mudanças se dá pela alteração das formas. Quando se constroem prédios de quarentena, em vinte ou trinta andares, quando locais antigos são desativados e/ou demolidos, quando lugares de formas antigas passam por uma reforma e o local passa a ter outro tipo de função, ou seja, alterações de velhas formas para adequação às novas funções. Há uma relação entre as formas da paisagem e o período econômico e político.
A paisagem é um palimpsesto, um mosaico, mas que tem funcionamento unitário. Pode conter formas viúvas e formas virgens. As primeiras estão à espera de uma revitalização, reutilização, que pode até acontecer; as segundas são adrede criadas para novas funções, para receber inovações.





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Texto via: SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. 6ªed. São Paulo: EDUSP, 2012. Digitação: Fernanda E. Mattos. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

 



















O conceito de paisagem, por Ana Fani


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Publiação Org. por: Fernanda E. Mattos. CARLOS, Ana Fani Alessandrini. A cidade. 8ªed. São Paulo: Contexto, 2008. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional



















domingo, 10 de abril de 2016

IBIPORÃ: A estação ferroviária ''ontem e hoje"




"O ontem"

A antiga Estação Ferroviária de Ibiporã foi transformada em Centro Socioeducacional Turístico e Cultural de Ibiporã. Um espaço feito para preservar a memória e dar novo impulso ao turismo local.

A história da estação ferroviária de Ibiporã se confunde com a da cidade. Ali, muitos pioneiros chegaram para trabalhar nas lavouras de café. Construída em 1934, a Estação funcionou por 40 anos no transporte de cargas e passageiros. Em 1970, o prédio foi desativado, ficando desta forma até 2010, quando iniciaram as reformas.

Nas salas, o visitante pode conhecer parte da história da rota do café. Do rastelo da secagem dos grãos, passando pelo velho torrador de café e chegando aos antigos moedores. Nas fotos, os pioneiros que trabalhavam no café. Todos elementos que ajudam a manter viva a memória da cidade e de toda região. O espaço foi tombado pelo patrimônio histórico, o que faz preservar a memória ferroviária. 

A revitalização, que modificou a paisagem de todo o entorno da antiga estação de trem, foi executada pela Administração Municipal, recebendo investimento de R$ 1,4 milhão. Deste total, R$ 425 mil foram recursos próprios do município. 


De acordo com o prefeito José Maria, "esta é uma obra que devolveu aos cidadãos de Ibiporã um patrimônio histórico que estava abandonado desde a desativação da estação, na década de 70". 

A vice-prefeita Sandra Moya afirmou que a revitalização é um sonho realizado para muitos. "Deu vida a todo o complexo que, além de resgatar a história e a memória de nosso povo com a Estação Ferroviária, contempla um espaço educacional e social. Será mais uma grande obra que vem somar com todo o trabalho cultural já realizado em Ibiporã", destaca. 


O secretário municipal de Cultura e Turismo, Júlio Dutra, arquiteto e autor do projeto, lembra que o espaço apresenta retrato da história de Ibiporã. "Essa não é simplesmente uma estação ferroviária revitalizada ou mais um espaço construído. É um local que carrega fortes marcas de chegadas, partidas e destinos de vidas. Por ali chegaram pessoas somente com suas malas e que concretizaram sonhos, constituíram famílias e contribuíram para o progresso desta Terra Bonita", afirmou. 

''O local hoje'' 


O novo complexo da Estação Ferroviária englobará o Museu do Café, um Centro de Produção (artesanato, gastronomia, costuras e telecentro), a nova sede da Secretaria Municipal de Educação (incluindo anfiteatro), a nova sede da Secretaria Municipal de Assistência Social e também o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). 






Publiação Org. por: Fernanda E. Mattos. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional